
A estrutura da narrativa é parecida com o de As mil e uma noites: o garçom começa a contar sua história pra advogada de defesa e vai explicando, uma a uma, como aprendeu as respostas pra todas as perguntas. Não chega a ser um livro extraordinário como O Deus das pequenas coisas, de Arundathi Roy (que em 1977 ganhou o Booker Prize, o mais importante prêmio literário de língua inglesa), mas é bem escrito. Mostra os contrastes terríveis entre riqueza e miséria na Índia, uma imagem bem mais real que a do país mitificado por tanta gente.
As aventuras de Ram Mohammad Thomas, que cresceu numa favela de Mumbai, prendem a gente da primeira à última página. Pelo caminho vamos conhecendo personagens incríveis, como o coronel australiano que é diplomata e espião; uma atriz de cinema aposentada vivendo das lembranças passado; um gângster que explora crianças pra mendigarem nos trens; um velho soldado e suas lembranças de guerra; um bêbado cheio de remorsos pelo que fez ao irmão; um padre inglês que tem um segredo; um rapaz gentil com problemas de fala...
Gostei bastante e devorei em três dias, pulando outros livros que estavam na fila.
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