Boa notícia pra Floripa: o Sesc da Prainha abriu uma biblioteca com computadores novos conectados à internet banda larga, jornais e revistas, seção infantil e, o mais importante, acervo de qualidade. Ela é relativamente pequena, mas moderna e climatizada. Numa passada rápida pelas estantes, vi que poderia passar um bom par de anos mergulhado ali dentro antes de terminar a leitura das obras que me interessaram. Já estou de olho nuns livros de Nelson Rodrigues, Isabel Allende, José Saramago e Stephen King. No item conforto, seria muito legal se houvesse uns pufes e almofadões pelos cantos, mas já tá de bom tamanho pra começar.
A Bilica - Biblioteca Livre do Campeche - e a Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, são outros dois belos espaços públicos que lutam pra sobreviver na base do voluntariado e mecenato, em meio à indigência cultural a que os catarinenses são submetidos pelo poder público. Se você tiver livros parados em casa e quiser fazer a boa ação do dia, dê uma passadinha nesses lugares, aproveite o ambiente e faça sua doação. A Bilica fica na avenida Campeche, ao lado da videolocadora Bela Arte, esquina em frente ao Ateliê da Arteira, um pouco depois do mercado Dezimas no sentido Campeche-Lagoa, à mão esquerda. A Barca dos Livros está no centrinho da Lagoa, perto do ancoradouro de barcos. Em breve o café do térreo vai reabrir com delícias da culinária mineira.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Lendo: Categorias de Aristóteles

Ainda não me arrisco a comentá-lo, fica só o registro.
Beijo a todos!
Beijo a todos!
Liga, roda, clica

Fazia um tempinho que eu não lia nada muito acadêmico e em fevereiro peguei para ler o livro Liga, roda, clica, organizado pelas amigas Gilka Girardello e Monica Fantim.
São 12 artigos que tratam das relações entre a criança e as novas tecnologias. O que me chamou atenção foi:
- Estação Memória: projeto interessante em SP, em que em entrevistas idosos contam a história do bairro e de sua infância, compartilhando com as novas gerações.
- Como todos nós, os educadores estão um pouco perplexos e não sabem direito o que fazer e como entender sobre a relação das crianças com o computador.
- Fiquei um pouco perturbada com a declaração da Bebel de que a escola, que antes era o espaço do saber, luta para se manter como um espaço de relevância.
- Gilka nos lembra que os games violentos e muito realistas não ajudam a estimular a imaginação.
- Em um artigo sobre como as crianças retratam o corpo, Ingrid conta de uma menina que tinha fixação em se manter magra. Detalhe: a menina não era gorda e tinha apenas 5 anos.
O livro não se propõe a oferecer respostas prontas. Não é nada do tipo o que fazer, como fazer. Mas vez ou outra dá para pescar recados interessantes, do tipo: mediar a relação das crianças com a tecnologia é uma tarefa de todos - da escola, da família, de todos nós. Para isso, é preciso que a gente mesmo comece a usar e descobrir coisas legais. Outro recado: vale muito a pena procurar experiências off-line, que ampliem cada vez mais a diversidade cultural das crianças.
Para finalizar, aí vai um vídeo bem bacana do TED "Escolas matam a criatividade?":
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Onde se passam as narrativas
Novidade! O Leiturama agora é georreferenciado. Ideia da Laura. Na coluna aí do lado incluímos um mapa onde estão indicados os lugares em que se passam as histórias contadas nos livros que lemos e/ou onde eles foram escritos. Enviei convite a alguns de vocês, coautores do blog, pra que possam completar os pontos que já colocamos e escrever uma ou duas linhas sobre eles. Uma vez por ano, vamos sortear um(a) leitor(a) e enviar a pessoa até o seu lugar preferido - nem que seja só na imaginação, hihihihi...
domingo, 5 de abril de 2009
A chave do tamanho

Emília contou pra eles que os pais tinham ido pra "papolândia", onde moravam os papapopos dos popos. A papolândia era um lugar bem quentinho, que nem cama. Era um tipo de colo.
Emília pegou um espinho e usou como arma. Ela matou uma aranha e teve sua primeira vitória. Depois, quando tava chovendo, ela entrou num buraco e tinha uma aranha de olhos vermelhos. Emília dormiu e sonhou que dona Benta tava montando numa taturana e disse 'Um ladrão roubou meu tamanho'.
Depois Emília viajou o mundo num sítio montado na cartola do Visconde. Tinha besouros, cogumelos, uma hortinha, uns bancos de queijo. Tinha garrafinhas de suco com os gominhos de laranja. E também gema de ovo pra eles comerem. O ovo ela achou num ninho de beija-flor, quando o passarinho pegou ela, Juquinha e Candoca.
Eles encontraram uma cidade dentro do balde, e as pessoas comiam minhocas. O Visconde era um gigante e ajudou as pessoas a colar um vidro no teto do balde e a fazer os trabalhos difíceis. Eles voavam com os besouros. Usavam algodão pra fazer as tangas, molhando com clara de ovo. E papel de jornal pra fazer cimento, molhando um pouquinho com água.
Minha nota pra este livro é 4 estrelas.
Texto de Miguel com a colaboração de Dauro
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Flush

Um dos méritos do romance é que ele descreve de maneira bastante vívida os costumes do período vitoriano inglês - e, em contraste com o luxo dos casarões, as condições de indigência dos bairros periféricos de Londres de meados do século 19. Confesso que gostei mais de Niki - a história de um cão, do húngaro Tibor Déry. Mas Flush tem o seu valor e me ajudou a estudar a narrativa pelo ponto de vista não-antropocêntrico, num momento em que eu me dedicava a escrever um roteiro de um documentário suinocêntrico. Acho que os cachorreiros vão gostar.
p.s.: Dos livros "sobre animais" que já li, o mais tocante, disparado, é Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Os últimos momentos da cachorra Baleia são inesquecíveis.
Assinar:
Postagens (Atom)